segunda-feira, 23 de julho de 2012
O Ideário Anarquista
A Auto-Gestão
Em oposição ao poder delegado
historicamente exercido pelas classes dominantes em seus respectivos regimes
políticos, os anarquistas propõem o regime social da produção de natureza
auto-gestionária, no qual o Estado e a classe dominante no poder sejam
substituídos pelo coletivo dos trabalhadores os quais já estariam libertos da
estrutura política estatal em sua opressiva verticalidade e do jugo
economicamente absoluto dos patrões. Assim, a cooperação e o apoio mútuo substituirão
quaisquer dominação de classe: o caminho para a liberdade é a própria
liberdade.
A Ação Direta
Os anarquistas por definição e
escolha teórica e prática não fazem política, ao contrário, procuram substituir
a política tradicional com sua perpétua delegação de poder e sua viciosa
demagogia por uma organização ácrata na qual o povo se articularia de forma
apolítica e de modo imanentemente social, na forma universal do trabalho, não
mais como trabalhadores alienados e expropriados mas na condição corporativa de
produtores conscientes. Não mais poder ao Estado e aos patrões que
historicamente os exploram e usurpam sua liberdade, dignidade, produção e a sua
própria vida. A ação direta consiste nas atitudes objetivas historicamente
cotidianas realizadas pelos trabalhadores no seu esforço de se emancipar do
jugo político e econômico realizados por governantes e pela burguesia.
O Voto Nulo
Para os anarquistas, a desgraça
vivencial da classe trabalhadora tem raízes no poder político cuja execução
nefanda é proveniente da estrutura do Estado. Este legaliza e perpetua a
dominação de classe contextualizada pela classe patronal. Não basta substituir
o poder de uma classe pelo de uma outra, é mister que se despoje todo e
qualquer poder de classe existente no contexto social. Para que tal se dê, o
poder de Estado deve ser finalmente excluído. Para que isso ocorra, não se deve
praticar eleições para a totalidade dos cargos políticos das instâncias
administrativas, legais e jurídicas do governo(historicamente, os três poderes
preconizados por Montesquieu). Finalmente, isso só se dará se a esmagadora
maioria dos votos forem nulos. Os trabalhadores devem rejeitar em bloco o
regime sufragista universal, anular totalmente o processo eleitoral é o início
para uma sociedade definitivamente livre e emancipada para os trabalhadores.
A Greve Geral
Uma outra característica fundamental
da prática apolítica libertária é a greve geral. Não uma simples paralização
com interesses salariais completamente inserida no marco do capital e da
realidade política tradicional vigente. Ao contrário, a consecução de uma greve
geral que redimiria a classe operária do jugo do Estado e do capital. Em vez de
sindicatos estatais plenos de peleguismo e viciosas associações com a burguesia
mas uma poderosa organização de trabalhadores que transcenderia as fronteiras
locais ou nacionais, capaz de, com uma greve mundial, forçar, por exemplo, o
término de uma guerra entre duas nações. O sistema capitalista finalmente
quebraria por completo em uma greve universal de menos de uma semana de
duração: trabalhadores de todos os países, uní-vos!
Autonomia
Associada à categoria da
auto-gestão, a autonomia pode ser considerada praticamente um princípio geral
desta. Se opõe diretamente à condição da heteronomia, ou seja, o fato de ser
determinado por algum fator alienígena ou transcendente. O Anarquismo histórico
se opõe aberta e diametralmente ao governo político e estamental dos homems
sobre outros homens. Jean Jacques Rousseau afirmava que os cidadãos da cidade
política não poderiam permanecer permanentemente reunidos em assembléia pois
necessitam prover o sustento material da sociedade(a chamada “particularização
da necessidade” indicada por Hegel). Assim, teriam forçosamente que delegar
poderes a possíveis representantes políticos(para o mesmo Rousseau, os
“comissários do povo”, termo tomado emprestado por Lênin). Contudo, os
anarquistas afirmam ser capazes de propor e construir dispositivos
administrativos possíveis para prover a vida social humana destituídos da
necessidade de poder centralizado, unitário e politicamente transcendental. Os
lemas “não deixe nunca que te governem” ou “nas eleições, os políticos ganham e
só tu que perde” ou, ainda “não deixemos nos deixar dragar pelos politiqueiros
e sua demagogia” indicam uma vontade firme na proposta de ser possível a
participação ativa na forma da autonomia, em assembléias, locais, paroquiais ou
cantonais as quais se federalizariam em níveis mais e mais abrangentes, plenas
de espírito cooperativo e de apoio mútuo, em representação direta universal.
Os Anarquistas e as Eleições
As
eleições gerais se aproximam, agora para prefeitos das cidades e seus
respectivos vereadores. É assim um bom tempo para se fazer uma reflexão sobre a
política republicana usual. É um conhecido dito o qual, contudo, é importante
se dizer de novo, aquele que afirma que a data cronológica das eleições é o
único momento na história da sociedade política que periodicamente o indivíduo
mantém relação direta com o poder no modo da autonomia e da atitude decisória:
somente ali e só ali o povo é soberano, embora de forma fugaz e instantânea,
mesmo segundo uma pacífica e regular periodicidade, mergulhando depois para
cerca de quatro anos de total e absoluta heteronomia mesmo no contexto das
chamadas democracias modernas.
Por
conseguinte, a questão do sufrágio eleitoral está envolvida em um equívoco fundamental e constituinte, problematizada
de modo profundo. A
pergunta
que historicamente o Anarquismo como
teoria e prática faz para si é aquela que interroga: deve-se chamar o
voto nulo e rejeitar abertamente o sistema político universalmente em vigor ou
integrar o processo eleitoral para não se excluir da realidade histórica do
poder e assim evitar o retrocesso que uma omissão declaradamente paradigmática
acarretaria?
Essas
duas atitudes marcaram contextos históricos intensamente dramáticos, como por
exemplo na Revolução Espanhola(1936-1939). Assumindo a primeira alternativa, o
Anarquismo hispânico(AIT-CNT-FAI)
fez
jus à sua coerência lavrada na autenticidade da luta exclusivamente social, com
base na negação aberta da política usual que faz o jogo vicioso do poder.
Contudo, essa atitude levaria a perder um espaço político vital cuja
abrangência determinaria uma possibilidade de atuar objetivamente nos destinos
sociais internos e locais à nacionalidade espanhola em questão. Levando
em conta a segunda opção, o chamamento para uma participação aberta e livre na
prática política sufragista violentaria um dos mais importantes axiomas
apolíticos do movimento libertário, o do voto nulo na sua universalidade o
qual, junto com a ação direta, a greve geral e a auto-gestão determinam os
pontos vitais da postura de luta histórica e social do Anarquismo. Esse
confronto ideológico na base da mentalidade (a-)política libertária parece se
dar de um modo decisivo e ocorre contextualizado nas mais profundas raízes da
postura anarquista, no embate essencialmente social. A problemática da questão
do voto nos sufrágios gerais ainda sinaliza uma última questão radical e
historicamente inadiável, a saber, aquela que constata que o voto nulo agiria
de tal forma que não impediria que a direita chauvinista ou a esquerda
totalitária alcançasse o poder republicano, onde o voto político libertário
poderia fazer a diferença: o voto nulo segue acarretando então intensas discussões
e sérias dissensões.
quinta-feira, 5 de julho de 2012
ANARCOSINDICALISMO, SEU INSTRUMENTO DE LUTA.
Não temos outro meio de defesa se não nossa própria organização em sindicatos livres,autogeridos pelos próprios trabalhadores e organizados horizontalmente.
Nos unir em relações de federalismo e entender que os problemas da classe trabalhadora são iguais em todo o mundo-a exploração do capital e a proteção do estado a estes.
Nada se deve esperar dos sindicatos reformistas,ninhos de parasitas que não sabem oque é trabalho.
Os sindicatos bancados pelo estado e pelos impostos pagos pelos trabalhadores não fazem a defesa de nossa gente porque não são de nossa gente (talvez nem sejam mesmo gente),estão a serviço dos partidos e dos patrões.
Sempre com seus acordos a portas fechadas,definem os acordos coletivos por antecedência e sabem que seu trabalho é desorganizar.
A unica maneira de nos defender de fato, é nos educando e participando das atividades do sindicato livre e de defesa de sua própria gente,estar presente nas assembleias e assumir seu papel de produtor/produtora de riqueza que também esta a geri-la.
A sua defesa se faz por estes sindicatos livres,que são os anarcosindicatos da FOM/COB/AIT,estes são organizados pelos próprios trabalhadores e sem a presença de parasitas e políticos,somente nossos direitos imediatos e a busca de nossa emancipação.
Em nossos sindicatos não existem sindicalistas profissionais,que não passam de políticos criando currais eleitorais.
Aqui todos são trabalhadores cientes de seu papel na luta cotidiana pela sobrevivência e por um mundo novo,nada de pátrias nem de partidos e nem de patrões!
A resistência a exploração é uma necessidade básica,e assim resistimos em defesa de nossas necessidades imediatas,aqui e em defesa da classe trabalhadora em todo mundo.
FILIE-SE A FOM/COB/ACAT/AIT E RESISTA A EXPLORAÇÃO AGORA!
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