sábado, 13 de outubro de 2012

Florentino de Carvalho - São Paulo -1913


PROJETO FUNDAÇÃO EDUCACIONAL JUAN PUIG ELIAS

Recuperar a memória do papel da pedagogia libertária no Brasil e nas Américas, como resgate a contribuição, e a participação ativa dos trabalhadores n
a luta pela transformação social, por meio do acumulo e troca de conhecimento com o objetivo da emancipação, da liberdade, da solidariedade, da dignidade e justiça; que em sua concepção a educação deve ser fundada no princípio da igualdade natural humana, de que se deriva a exigência do desenvolvimento de todas as suas possibilidades e potencialidades independente da classe social, que pretende constituir o ser liberto com uma personalidade equilibrada e afastada de todo preconceito de todo dogmatismo e exploração. Para Francisco Ferrer, a educação deve ser um instrumento de emancipação e propagação das idéias libertárias diante do “servilismo” do ensino oficial da educação, “poderoso meio de subjugação nas mãos dos dirigentes”, que habitua as crianças “a obedecer, a crer, a pensar segundo seus dogmas sociais que nos regem”. Para ele, o ensino deve ser uma força a serviço da mudança: “queremos homens capazes de evoluir incessantemente, capazes de destruir, renovar constantemente os meios e renovar-se a si mesmos”, sem abandonar os princípios que sustentaram ao longo da história, as lutas pelas conquistas dos direitos dos trabalhadores e pela garantia da liberdade individual

boicote aos arrivistas desta biblioteca Terra Livre

O SINDIVÁRIOS Nova Santa Rita RS lança uma campanha de boicote aos arrivistas desta biblioteca Terra Livre, os quais já denunciamos ao secretariado da AIT Associação Internacional dos Trabalhadores como infiltração no meio @narkysta, em novembro realizarão seu colóquio internacional sobre a pedagogia libertária, convidamos a todo sindicalista revolucionário, a todo simpatizante da @narkya que ataquem este encontro que nada mais é do que uma tentativa de apropriação de nossa história de nossa memória por aqueles que em nada contribuíram com o MovimentoOperáriono Brasil. Estes grupos de expropriadores inimigos dos Sindicatos Livres e das Escolas Operárias no Brasil munidos de sua viscosidade natural novamente e tentam roubar-nos, como já fizeram ao Edgar Rodrigues no passado, repudiamos suas tentativas e conclamos a todo amante da liberdade para combater esta canalha, no pasaran...

O Ensino Racional

Nada mais oportuno e necessário na inauguração de uma escola racionalista do que determinar e precisar este gênero de ensino, dado o meio em que vivemos. Em uma sociedade racional, perfeita e justa, poderia falar-se de ensino, dispensando-se a classificação; porém, na sociedade em que vivemos, o ensino é naturalmente tradicional, e por isso mesmo, essencialmente estacionário e antiprogressivo. Quantos amam o progresso e anseiam pelas reparações justiceiras que o futuro lhes promete, necessitam preparar a infância para uma educação nova, que rompa a cadeia dos erros tradicionais, e fortifique a inteligência com verdades, para que as gerações vindouras dêem no decurso da vida o fruto que legitimamente se pode esperar da natureza humana. Nada mais expressivo e adequado como estas palavras: ensino racionalista. Tem-se falado do ensino laico; esta classificação só dá idéia de que não se trata de uma educação feita por religiosos, analisando bem essa classificação, é desnecessária, porque em Espanha a generalidade do magistério, outrora e na atualidade, era exercida por laicos que ensinavam o catecismo. O laicismo teve razão de existir em países como a França, onde estava a cargo do clero na generalidade, e ao emancipar-se o ensino da tutela eclesiástica, foi necessário qualificá-lo de laico. Tem-se falado também do ensino integral, em que se pretende ensinar tudo; raciocinando, porém vemos que é impossível, por dificuldade de meio, cumprir o programa em sua integridade. Este ensino está reservado a ser o ensino do futuro pelos grandes meios que a sociedade cientificamente regenerada facilitará, mas, além de integral, também será racionalista e é nesta concepção que todos os que trabalham pela educação racionalista tomam posse do futuro a partir do momento atual. Há também quem fale do ensino neutro. Contra este é preciso protestar energicamente em nome do respeito que a infância nos merece. Neutralidade entre o erro tradicional e a verdade científica supõe um equilíbrio impossível entre as crianças que se vão desvanecendo a cada instante e os conhecimentos que incessantemente avançam; à sua impossibilidade há a juntar a injustiça de inculcar nas crianças o mesmo respeito pelo erro e pelo mau, como pelo verdadeiro e pelo bom. Que professor aceitaria tal vileza? Pela dignidade do professorado, como pelo amor à infância, é preciso recusar o ensino neutro. Enganam-se os pais ou quem deseja que os professores sejam neutros com seus filhos; não há neutralidade possível entre o erro e a verdade, e o mestre que a aceitasse seria indigno da profissão, porque não ensinando o erro - o que em si não é imoral se se crê com boa fé - ensinaria a mentira. Esse homem tornar-se-ia um embusteiro. Não, não é possível conservar tal neutralidade em uma escola honrada e leal. Dessa neutralidade só seriam capazes os professores que não têm noção de seu mister, ou os que antes de mais nada atentam na cobrança de mensalidade. Conclui-se, pois, que a escola laica é insuficiente, que o ensino neutro é indigno, e o ensino integral é por enquanto, impossível; resta a educação racional como a única útil e prática. Ensino racionalista quer dizer o ensino que tem como meio a razão, e como guia a ciência; como esta idéia não disse a sua última palavra sobre qualquer assunto, resulta que o ensino racionalista não tem programa fixo. Pelo contrário. Ao ensinar todos os dias os fenômenos físicos do universo e sociais da humanidade fá-lo com especial reserva de que só tem mérito o que está comprovado, o que os sentidos admitem e a experiência sanciona. O ensino racionalista tem por fim ensinar todas as verdades experimentais, por contrárias que sejam as idéias admitidas anteriormente; terá somente em conta a idade da criança para graduar as fases do ensino, para que seu tenro cérebro receba facilmente cada nova impressão que tenha de conservar. Nunca será enganada, nem se dirá nada que ela não possa compreender. Uma característica peculiar distingue a escola racionalista: a co-educação dos sexos. Sobre este texto hei-de fixar a vossa atenção. Todos os pensadores livres reconhecem que a mãe é a primeira e a principal educadora da criança. Observa-se ao aluno que a mulher considerada como inferior ao homem, privada de instrução e reduzida à sistemática ignorância, não ensina o seu filho mais do que os erros tradicionais que constituem o seu repertório intelectual. Assim vemos como o clericalismo se ufana com o domínio da consciência da mulher. Na escola racionalista, junta a criança, que a respeita e a trata com delicadeza infantil e maternal, a menina, a futura mãe, a primeira educadora dos seus filhos, livra-se do erro, aprende a verdade, fica em condições de desempenhar funções sociais importantíssimas, não inferiores ás dos homens, porque este se muito vale por si só, a mulher representa tantos homens quantos filhos tenha, e ainda a liberdade do seu esposo a quem obrigará a não ser no seio da família diferente do que é entre amigos. Tais são as manifestações que, como tributo oferecido ao ensino racionalista, me havia proposto expor neste artigo. Soledad Vilafranca (s/d)

PEDAGOGIA LIBERTÁRIA: CONCEITO DE EDUCAÇÃO LIVRE, SEM CASTIGO NEM OBRIGAÇÃO.


O livre pensador e pedagogo catalão FRANCISCO FERRER foi fuzilado, em Barcelona, no DIA 13 DE OUTUBRO DE 1909, devido a intolerância religiosa.

Participava de um movimento de Pedagogos e Professores, que acreditavam na liberdade e na ciencia a serviço do progresso humano e não discriminavam as crianças, nem por sexo, n
em por condição social.
Leia abaixo o texto do Neno Vasco, sobre esse assassinato do livre-pensador


Um Grande Erro de Justiça Solenemente Proclamado


Lisboa, 26 de Janeiro
Quando após os sucessos de Barcelona, em Junho de 1909, circulou pelo mundo a notícia da prisão de Francisco Ferrer, como implicado principal na insurreição popular, os que o conheciam, os que lhe seguiam atentamente a obra educativa, os que sabiam o escopo da sua atividade, a diretriz do seu pensamento e as virtualidades do seu caracter refletido, os que não o ignoravam quase sempre ausente de Espanha, pessoalmente pouco conhecido e sem influência entre o proletariado barcelonês (um membro do comitê de greve nem de vista o conhecia), os que enfim tinham presente, em todos os pormenores, o anterior processo, cujo infame pretexto fora o ato de Moral, esses não puderam deixar de exclamar, confiados e otimistas.
- Não é possível! É mais um fiasco, que a “justiça” terá em breve de reconhecer.
O conhecimento minucioso dos fatos veio depois amplamente confirmar esta convicção - e aumentar o espanto suscitado pela incrível teimosia dos inimigos da sua paciente e ponderada propaganda, que recusavam soltar a presa. E o assombro foi embrutecedor, inenarrável quando o infame tribunal de guerra, sem provas,, contra todas as normas de justiça, fechando os ouvidos à razão, sufocando a defesa, ousou pronunciar uma sentença de morte! - Embora! - dizia-se ainda; - não ousarão ir até ao fim, o crime não será inteiramente consumado! Impossível! Arma-se uma comédia obscena para fazer brilhar a piedade régia...
E foi provavelmente esta idéia que entorpeceu, que contribuiu para entibiar a campanha internacional em favor do preso, em favor da justiça, em favor da vida. A multidão revoltou-se, colérica e impetuosa - mas quando o mal era irreparável...
Mesmo os que conhecem o valor e a natureza das instituições autoritárias, de exploração e de domínio, se deixam por vezes levar a bem singulares candura!
E no entanto, após a tremenda indignação universal, após a ardente ampanha de reivindicação e de justiça, eis que essas mesmas instituições, eis que uma das suas cúpulas mais majestosas e soberbas, vem agora solenemente proclamar a inocência de Ferrer!
Já a um particular é bem penoso o reconhecimento de um erro: mas as instituições, as "justiças", essas sentem em regra uma ainda mais invencível repugnância em bater no peito um humilde e compungido mea culpa, porque essa confissão lhes vem empanar o brilho prestigioso e autoritário.
Esse caso raro deu-se todavia em favor da memória de um fuzilado... Não que fosse desonra bater-se nas ruas entre o povo, sangrado e oprimido; mas porque infâmia e desonra foi, para os algozes, assassiná-lo vilmente por idéias sob o pretexto inventado de beligerância.
O Supremo Tribunal de Madri acaba de ordenar a restituição dos bens da Escola Moderna aos seus herdeiros, reconhecendo que:
1º - Ferrer em nada interveio nos fatos de Barcelona;
2º - Nenhuma das pessoas processadas estava ás suas ordens;
3º - Em nenhum dos 2.000 processos causados pelos acontecimentos se acharam vestígios da participação ou da instigação de Ferrer.
E os conventos perdem a ação de reivindicação que tinham intentado - o que torna mais significativa a vitória da verdade.
Invade-nos ainda hoje uma onda de cólera, rememorando, depois disto, aquela dolorosa vergonha histórica! Vergonha inextinguível e mortal para a maldita reação clerical e militarista! Vergonha para os interessados, para os fanáticos e para os cretinos que aplaudiram o crime hediondo! "Vergonha e remorso para os ingênuos e retardatários que acreditam na honra e justiça dos algozes! 
As instituições... essas não se corrigem, essas costumam morrer impenitentes. E são cheias de verdade estas palavras, com que o jornal meu informador fecha a sua notícia:
"Há só uma coisa que o tribunal supremo se vê impossibilitado de fazer: é restituir a vida ao fuzilado de Montjuich. É na verdade cômodo dizer para os governantes enviarem poste de execução os que comandam e depois consumam o crime, virem dizer que foram vítimas de um erro social. Por isso, façam o que fizerem para nós, Afonso XIII há-de ser sempre o assassino de Ferrer. O rei - e tudo o que ele representa de retrocesso e de infâmia.



Neno Vasco


(1910)

ESTRATÉGIA DE AÇÃO

A Fundação Educacional adotará como estratégia a sequencia a realização de quatro etapas que ao final consolidarão em sua totalidade o projeto. 1. Primeira Etapa: Constituição e Recuperação histórica da Biblioteca Circulante Minerva. 2. Possibilitar o acesso a história na versão de seus protagonistas, reafirmando as conquistas dos direitos dos trabalhadores construindo um referencial existencial social e humanista. a) recuperar a memória histórica da Pedagogia Libertária nas Escolas Livre do Brasil e das Américas. b) organizar e catalogar o arquivo de Rafael Fernandez, autodidata, militante social e sócio fundador do Centro Cultural e Artístico de Porto Alegre. c) organizar e catalogar o arquivo do pedagogo libertário Juan Puig Elias. d) estimular iniciativas culturais e educacionais que preparam uma nova sociedade. e) intercâmbios entre Bibliotecas, Centros de Pesquisa, Pesquisadores, e o público em geral para a formação de um acervo geral. f) digitalização do acervo do Movimento Libertário, COB, e da Associação Internacional dos Trabalhadores para a formação de um banco de dados virtual e sua disponibilização ao público.

METODOLOGIA

Metodologia baseada na cooperação, na autonomia do educando e no respeito mútuo, em um método racional que atenda de maneira integral o processo de ensino enfatizando as ciências naturais, privilegiando a educação integral. A escola deverá ser frequentada por crianças e adultos de ambos os sexos para desfrutarem de uma relação de igualdade. A concepção burguesa de educação, repressora, submissa e obediente, deve ser substituída pela teoria libertária, de formação do novo homem e da nova mulher. Retomando os princípios da Escola Moderna e seu caráter internacional de apoio dos trabalhadores a educação anti-Estatal e anti-Capitalista.

Hospital de Campaña de la CNT-AIT dentro de una Iglesia Batalla de Teruel.